Grupo Afoxé Omó Orùnmilá faz parte do Centro Cultural Orùnmilá, entidade sem fins lucrativos que promove a igualdade racial e valorização da cultura africana. A apresentação acontece no dia 1º de março, no Teatro de Arena. Centro Cultural Orùnmilá de Ribeirão Preto comemora 30 anos de carnaval
Em comemoração aos 30 anos de existência, o grupo Afoxé Omó Orùnmilá de Ribeirão Preto (SP) se prepara uma apresentação especial no carnaval de 2025. Música, tambor, dança, fé, culinária e muita cultura fazem parte das atividas do grupo, que são abertas à toda a comunidade.
O grupo faz parte do Centro Cultural Orùnmila (CCO), na zona Norte de Ribeirão Preto, e oferece diversas atividades como oficinas de música, dança e leitura. O objetivo do centro é valorizar e divulgar a cultura afrobrasileira, lutar contra o racismo e promover a cidadania.
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O afoxé é uma manifestação que tem origem em Salvador (BA) e raízes no Candomblé. Trata-se de um cortejo, onde o grupo dança, canta, entoa orações, batuques e distribui axé pela cidade. Assim, apesar de incorporar elementos carnavalescos, a proposta do afoxé é mais espiritual.
Afoxé utiliza cultura para resgatar ancestralidade afrobrasileira
Reprodução/EPTV
Para a fundadora, conhecida como Mãe Neide, comemorar três décadas de história é a realização de um sonho. É uma forma de manter a cultura Iorubá, trazida para o Brasil durante o período escravocrata e que existe entre povos e etnias no continete africano há pelo menos sete mil anos.
“É uma forma de mostrar nossa cultura na rua, com a língua, com as danças, com os tambores, com os sons, então conseguir fazer isso, vai fazer 30 anos, eu fico muito feliz, até emocionada de saber que eu consegui fazer isso em uma cidade que ninguém falou de nada e principalmente de afoxé”, conta Mãe Neide.
Mãe Neide celebra 30anos do Grupo Afoxé Omó Orùnmilá
Reprodução/EPTV
A presidente do centro cultural, Renata Sangorati, conta que entre todas as atividades, o afoxé é a que mais se destaca. Por isso é tão importante manter a tradição de se apresentar no carnaval da cidade por mais um ano.
“É o momento que a gente tem pra mostrar nossa cultura, mostrar nossa língua iorubá, nosso vestimento, nosso jeito de agir, o nosso modo de ver o mundo, o afoxé um um pouco de tudo isso e manter a tradição, manter os cânticos é importante no sentindo de manter a nossa cultura de uma forma geral.”
A apresentação acontece no dia 1º de março, no Teatro de Arena da cidade, localizado na Praça Alto do São Bento, s/nº em Ribeirão Preto.
Pertencimento
Percussão é elemento essencial do afoxé e das tradições iorubás
Reprodução/EPTV
O percussionista do grupo, Mestre Rasta diz que não se trata apenas de um grupo musical. Para ele, é uma forma de se aproximar da sua própria história.
“É uma forma de me reencontrar com a minha ancestralidade, resgatar nossas raízes, de colocar na rua nossas expressões africanas e afro-brasileiras, me ajuda na minha identificação como homem negro, também na luta contra o preconceito, contra essas diferenças que existe desde muito tempo.”
É através de um instrumento de percussão que ele encontra uma forma de perpetuar a cultura africana. A cada batida ele consegue sentir e espalhar ensinamentos como o combate ao racismo. O sentimento é o mesmo para a professora Paula Nonato Teixeira. Ela diz que espera ansiosa o ano inteiro para poder se apresentar e levar a cultura iorubá para a população.
“É uma conexão com algo que nos foi negado e hoje a gente tem a oportunidade de ta vivenciando e usufruir como a gente merece. Nesse espaço também de resistência, de luta, é ainda mais importante, mais emocionante com os 30 anos do afoxé Orùnmilá. É uma conexão, é o nosso corpo, a conexão com os tambores, com o solo sagrado, com toda essa historia de luta e resistência da nossa população negra.”
Grupo Grupo Afoxé Omó Orùnmilá traz espiritualidade para carnaval
Reprodução/EPTV
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