Dólar abre sessão desta quinta-feira, de olho em cessar-fogo em Gaza e em dados de atividade


Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,36%, cotada a R$ 6,0241. Já o principal índice da bolsa subiu 2,81%, aos 122.650 pontos. Cédulas de dólar
Pexels
O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (16) de olho em novos dados de atividade do Brasil e da China, previstos para o dia. Além disso, as notícias sobre um possível cessar-fogo entre Israel e Hamas também ficam no radar.
Na agenda, o principal destaque fica com a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central e que é considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A expectativa é que o indicador sinalize uma desaceleração da atividade do país.
O mercado também aguarda a divulgação de novos dados na China, incluindo o PIB do 4º trimestre, a produção industrial de dezembro e os números de investimento e consumo para avaliar a recuperação econômica do gigante asiático e a eficácia do pacote de apoio de Pequim.
Já no Oriente Médio, após 467 dias de guerra em Gaza e quase 48 mil mortos, a expectativa é que o tratado entre em vigor no domingo (19). Esse é o segundo acordo de trégua desde o início do conflito em outubro de 2023, que intensificou as tensões no Oriente Médio.
Desta vez, a proposta é implementar medidas para acabar com o conflito em fases. Saiba mais na reportagem do g1.
Por fim, investidores acompanham os desdobramentos da polêmica envolvendo o PIX e monitoram os resultados corporativos previstos para o dia, além de seguirem atentos a eventuais sinalizações sobre o impacto dos últimos números de emprego e inflação na condução dos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Veja abaixo o resumo dos mercados.
SAIBA MAIS:
ÚLTIMO PREGÃO DE 2024: Dólar acumula alta 27% no ano; Ibovespa tem recuo de 10%
DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar neste fim do ano
O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda
Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
O dólar abriu a sessão desta quinta-feira (16). Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,36%, cotada a R$ 6,0241.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,27% na semana;
recuo de 2,52% no mês e no ano.

Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, começam às 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 2,81%, aos 122.650 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 3,19% na semana;
ganho de 1,97% no mês e no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores movimentam os negócios desta quinta-feira (16) de olho em uma série de indicadores econômicos no Brasil e no mundo.
Por aqui, o foco fica com o IBC-Br do Banco Central. Apesar da expectativa de que o indicador registre uma desaceleração da atividade econômica do país, o mercado não espera uma mudança na postura do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC na condução dos juros.
A próxima reunião do comitê acontecerá no final deste mês. A maior parte dos economistas e analistas do mercado financeiro espera que o colegiado promova pelo menos mais duas altas da taxa básica de juros (Selic) ao longo deste ano.
No quadro fiscal, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 4,5 bilhões em novembro, uma melhora em relação ao déficit de R$ 38 bilhões no mesmo período do ano passado.
Nos primeiros onze meses deste ano, o déficit acumulado foi de R$ 66,82 bilhões, comparado a R$ 112,46 bilhões no mesmo período do ano passado.
Ainda no cenário doméstico, o mercado também fica de olho nas polêmicas envolvendo o PIX. Após gerar uma repercussão negativa, o governo decidiu revogar o ato que ampliou as normas de fiscalização no sistema de pagamentos.
A medida veio após uma enxurrada de fake news que invadiu as redes, dizendo que o PIX seria taxado, o que não é verdade. Integrantes da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — e até mesmo o próprio presidente — chegaram a gravar vídeos e dar declarações para esclarecer as medidas, mas não obtiveram sucesso.
Além da revogação da norma, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também informou que o governo vai editar uma medida provisória para assegurar que as transferências realizadas por meio do PIX não possam ser tributadas. A MP também vai determinar que seja proibido diferenciar preços de produtos e serviços para o pagamento em dinheiro ou via PIX.
Cenário internacional
Já no exterior, a agenda recheada de indicadores econômicos fica no radar. Além da temporada de balanços corporativos, o mercado ainda aguarda novos dados de atividade e emprego nos Estados Unidos.
Do lado dos juros, apesar de os últimos dados de inflação nos EUA, divulgados nesta semana, terem sido bem recebidos pelo mercado, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continue com uma condução cautelosa da política monetária por lá.
Na véspera, o presidente da distrital do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou acreditar que a inflação está progredindo em direção à meta de 2%, e que está particularmente encorajado pela recente flexibilização da inflação relacionada ao setor imobiliário e otimista quanto à continuidade da desaceleração econômica em 2025.
Ao mesmo tempo, Goolsbee afirmou, durante um fórum sobre perspectivas econômicas no Fed de Chicago, que os sinais recentes de arrefecimento da inflação são desanimadores, porque se encaixam no que tem sido um padrão persistente de melhorias sazonais nas pressões sobre os preços.
Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente com a eleição de Donald Trump para a Casa Branca.
O novo presidente dos EUA promete uma agenda protecionista, priorizando a atividade interna e limitando a concorrência estrangeira. Isso pode pressionar a inflação e impedir novos cortes de juros pelo Fed.
Do outro lado do mundo, na China, dados do PIB, da produção industrial e de investimento e consumo devem ficar na mira, conforme investidores avaliam a recuperação econômica do paós e a eficácia do pacote de apoio de Pequim.
*Com informações da agência de notícias Reuters

Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Os comentários estão desativados.