Quem é o casal de influenciadores preso em SC em operação contra fraudes envolvendo Jogo do Tigrinho


Ianka Cristini e Bruno Martins faziam vídeos sobre a família em rede social. Eles foram presos em operação do Gaeco na terça-feira (14). Casal de influenciadores Ianka Cristini e Bruno Martins
Reprodução/Redes sociais
Ianka Cristini se define nas redes sociais como multimilionária aos 28 anos, mãe e empresária. Ela, o marido, Bruno Martins, e uma assessora dela foram presos na terça-feira (14) na Operação Lance Final, contra fraudes envolvendo o Jogo do Tigrinho.
A ordem de prisão foi expedida pela Vara Regional de Garantias de Itajaí e obtida pela colunista da NSC Dagmara Spautz. A defesa dos três disse em nota que ainda não teve acesso total à investigação e que vai se manifestar após ter ciência dos detalhes do caso.
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Em duas redes sociais, Cristini acumula mais de 15 milhões de seguidores. Em uma delas, ela se define como “multimilionária aos 28 anos”, mãe e empresária.
Aos seguidores, ela dizia que eles podiam obter ganhos sem sair de casa. Para isso, ela vendia um curso online.
Na mesma rede social, ela declarou que foi mãe jovem de duas meninas e construiu a primeira casa, de madeira, há quatro anos. Naquela época, segundo ela, fazia e vendia doces para sustentar a família.
Ainda conforme a influenciadora, em 2020 ela tinha um emprego, porém foi demitida no início da pandemia da Covid-19. Foi então que começou a gravar vídeos para a internet.
Depois de um ano, conseguiu reformar a casa e comprou o primeiro carro. Nessa época, ela gravava os vídeos e continuava com a venda de doces. Ela conheceu Bruno e se casou com ele. Depois, teve mais dois filhos, gêmeos.
Nas redes sociais tanto dela quanto do marido, eles publicavam vídeos sobre o cotidiano da família. Eles também faziam sorteios de número, com prêmios em dinheiro ou mercadorias.
A família também mostrava imagens de viagens internacionais, como para Orlando e Nova Iorque, nos Estados Unidos, Paris, na França, e Punta Cana, na República Dominicana.
Influenciadora Ianka Cristini mostra Jogo do Tigrinho em publicação de setembro de 2024
Operação e prisão
O casal foi preso na terça (14) suspeito de envolvimento em um esquema relacionado ao jogo de azar Fortune Tiger, conhecido no Brasil como Jogo do Tigrinho. Eles foram detidos em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), coordenado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
De acordo com o órgão, o esquema funcionava da seguinte forma:
🐯💵 O esquema de fraude orquestrado pelos investigados que visava lucro fazendo simulações falsas de ganhos exorbitantes através de jogos de azar, em especial o Jogo do Tigrinho.
🤥 Os investigados se valiam de uma versão de demonstração do jogo para simular ganhos falsos e estimular os seguidores a se cadastrarem e realizarem apostas.
💸 Dessa forma, recebiam vantagem indevida tanto por cadastro realizado, como por porcentagem do valor apostado e perdido.
O MPSC, que divulgou a operação, repassou orientações de como possíveis vítimas podem acionar o Ministério Público (leia mais abaixo).
Dentro da operação, uma decisão judicial ordenou a indisponibilidade de apartamentos e casas de luxo e automóveis McLaren 720 Spider, Cadilac Escalade blindado, BMW X6, BMW M3, entre outros, ativos financeiros e bloqueio das redes sociais dos investigados com mais de 16 milhões de seguidores.
As ordens judiciais são cumpridas nos municípios catarinenses de Brusque, no Vale do Itajaí, e Balneário Camboriú, no Litoral Norte, além da capital paulista e Embu das Artes, no estado de São Paulo, e João Pessoa, na Paraíba.
O Gaeco é uma força-tarefa composta, em Santa Catarina, pelo Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.
O que fazer se você foi vítima da influenciadora
O MPSC divulgou um passo a passo do que fazer se você foi vítima da influenciadora:
Entrar em contato com o número (47) 99165-2791, pelo aplicativo Whatsapp;
Informar nome completo, endereço, CPF ou RG, encaminhando cópia do respectivo documento;
Informar a data e o local dos fatos (onde estava no momento do acesso à plataforma de apostas);
Indicar, de forma expressa, se deseja representar criminalmente contra a autora do delito;
Fazer um breve relato dos fatos, informando qual foi o prejuízo;
Anexar algum comprovante de pagamento, print ou outro documento que comprove o prejuízo.
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