Governo acolheu mais de 40 famílias das 62 vítimas em São Paulo para auxiliar nos trabalhos de reconhecimento. Caixas pretas serão analisadas em Brasília Destroços de avião em Vinhedo
Carla Carniel/Reuters
A Polícia Civil instaurou inquérito em Vinhedo (SP) para investigar as causas do acidente aéreo que matou 62 pessoas na sexta-feira (9), no interior paulista. Desde sábado, agentes penitenciários auxiliam os trabalhos no condomínio do bairro Capela com aparelhos antidrone, que impedem o sobrevoo de drones não autorizados no local do acidente.
Em São Paulo, o IML (Instituto Médico Legal) Central trabalha na identificação dos 62 corpos. Até o momento da publicação deste texto, 12 vítimas foram identificadas, e um corpo foi liberado para os familiares.
Segundo o governo do estado, 40 profissionais atuam na identificação no IML Central –entre médicos, odontologistas legais, antropólogos e radiólogos. A expectativa é que mais 7 das 12 vítimas identificadas sejam liberadas para suas famílias ainda no domingo.
Além da Polícia Civil, a Polícia Federal também instaurou inquérito para investigar o acidente. O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) retirou as caixa pretas da aeronave para análise em Brasília (DF). Esta investigação será fundamental para determinar a causa da queda do voo 2283.
O governo paulista oferece acomodações em um hotel e acompanhamento psicológico aos familiares que foram para São Paulo para o reconhecimento das vítimas. Mais de 40 famílias já foram acolhidas.
Parentes que residem em Cascavel (PR) e em Ribeirão Preto (SP) que não quiserem se deslocar até a capital paulista podem se apresentar a núcleos locais do IML, para entrega de documentação e coleta de material biológico. Na cidade paranaense, 17 familiares já foram atendidos, e a documentação deles também chega neste domingo IML Central.
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O acidente
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), na sexta-feira (9). Inicialmente, a Voepass noticiou que 61 pessoas tinham morrido após a queda do avião. Na manhã de sábado (10), o número de mortes subiu para 62.
A aeronave pertence à companhia aérea Voespass Linhas Aéreas, antiga Passaredo. De acordo com a empresa, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72.
A companhia aérea divulgou no final da tarde a lista com os nomes das pessoas que estavam no avião. É o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde a tragédia da TAM, em 2007 no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos.
O avião saiu de Cascavel às 11h46 e pousaria em Guarulhos.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o acidente e disse que vai monitorar “a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes”.
Ainda na sexta-feira, o estado de São Paulo decretou luto oficial de três dias.